quinta-feira, 19 de julho de 2012


The Glee Project 2x07: Theatricality


 Se o cheiro de Xana não estiver bom é sinal de perigo.


Teatralidade, além de ser uma palavra infeliz quando falada em português, é também um dos temas mais esperados em The Glee Project, afinal, é hora dos exageros, da maquiagem pesada e de ter a chance única de se vestir de vaca virada do avesso, com um modelito 100% bovino, prontinho para virar churrasco no fim das gravações. Sim, é muito difícil conter o sem número de piadas com Xana que gostaria de fazer nesse momento, mas vou segurar porque para tudo existe a hora certa.
Essa semana sem Charlie foi descrita como “sem graça” e “menos movimentada” por nossos heróis, o que não é de espantar, já que ele era mesmo uma figura engraçada e que ajudava a agitar as coisas. Logo de inicio Turquenga banca a viúva infeliz que vai fazer justiça, vencendo a competição para honrar seu homem e se a gente não soubesse que ela e Charlie não ficaram juntos após as gravações (são apenas amigos e se viram umas três vezes depois que tudo acabou) daria até para acreditar que Ryan Murphy destruiu um amor mais forte do que tudo.
No entanto, nesse episódio em que agressividade dos jurados chega a níveis estratosféricos, dá para notar que titia Ryan continua em sua missão de trollar cada participante, utilizando seus ajudantes malignos nesse mesmo plano. Zach estava espalhando maldade e Nikki... Bom... Essa mulher tem tanto recalque e veneno em seu sistema que é um caso à parte.
Quem viu o videoclipe antes já sabia quem tinha dominado a semana. Alien, que se autoproclama atriz de teatro sempre que tem a oportunidade, sabia que tinha tudo para liberar todo o exagero que existe nela e não deu outra. Venceu o homework da semana, uma apresentação sugestiva de “I Hope I Get It”, embora Lily Mae tenha chamado muito mais minha atenção.
O convidado da semana é tão expressivo em Glee que chegou a agradecer, comovido, que os participantes esboçassem alguma reação. Pois é. Grant Justin até tem um personagem legal (eu curto o Sebastian) mas ele não é, nem de longe, uma figura que, na série, nos remeta à teatralidade, embora ele seja ator de musicais da Broadway, como Robert deixa bem em destaque.
De qualquer maneira as observações dele foram justas, porque Nellie entrou numa espiral de medo e contradição. Sempre que ela diz pra si mesma “vai lá e arrasa” sai tudo uma merda. Eu gosto muito dela, mas não consigo defender dessa vez. Nellie virou a grande reclamona de TGP e sempre chora quando alguma coisa nova está acontecendo. Imaginem que ela se ofendeu por ter ganhado o papel de Britney Spears no clipe, jurando que existem dezenas de melhores escolhas para sua personalidade,quando de fato, NÃO EXISTEM.
Convenhamos, o tema da semana pede exagero e personalidade forte. Nellie não é nenhuma dessas coisas, mas na hora de atuar, ela precisa ser camaleoa, afinal, não é absurdo pedir que uma atriz entre de corpo e alma no papel que representa. Sim, eu sei que estamos falando de Glee e que Tia Ryan não cria personagens, ele cria histórias em cima de personalidades, mas falta mesmo para Nellie entrar de cabeça nas coisas. Até achei Britney bem condizente e a menos teatral de todas. Imaginem Nellie trabalhada na vestimenta anti-vegan de Xana? Ia ser um drama ainda maior.
Todos aceitaram bem seus papéis no vídeo e ao contrário de muitos comentários que vi por aí, eu gostei da ideia e do clipe em si, desde o começo. As escolhas foram bacanas. Michael de Elvis, Blake de Boy George, Japassiva de David Bowie... O mesmo para as meninas, com Xana de Lady Gaga, Alien de Katy Perry, Turquenguinha de Madonna (porque ela é turca e gostosa, meu bem) e Lily Mae de Cindy Lauper.
É a partir daqui que o festival de sambadas na cara começa, porque a edição destaca que Lily Mae foi muito honesta com Zach ao dizer que não sabia como Cindy Lauper se movia e como interpretar isso de um jeito positivo. O fato é que Lily Mae tem apenas 19 anos e quando ela nasceu Cindy Lauper já estava no ostracismo há pelo menos uns sete anos. Lógico que as músicas são conhecidas como ícones do pop na década de 1980, mas saber como a cantora age e incorporar sua personalidade bizarra ao vídeo era um desafio de interpretação que Lily, sozinha, não poderia transpor. Só se ela tivesse a chance de assistir aos clipes de Cindy Lauper antes, o que eu DUVIDO que tenha sido proposto.

A resposta de Zach, ativado em sua versão megaevil, na hora me chamou a atenção. O quote exato é “You don’t have to mimic who the person is you doing, I think is just being a high version os some sort of celebrity”. À parte do inglês de Zach ser um desafio à compreensão, basicamente ele diz para Lily que ela não tem que imitar Cindy Lauper, só agir como uma celebridade que bebeu sustagem.  Foi isso o que ela fez e deu no que deu.
Depois de uma sessão de terrorismo com Zach, que até tem razão em exigir mais do pessoal nesse quesito, somos levados à cabine do recalque, com Nikki, onde os comentários são aqueles de sempre para Michael. O menino está confuso. Uma hora dizem: ensaie mais. Depois dizem: ensaie menos. Seguido de: Não ensaie. O QUE BARALHOS QUEREM QUE ELE FAÇA? O resultado é insegurança pura e simples, que ele superou durante a gravação do clipe.
O chocante, porém, não é o que aconteceu com Michael, mas o tratamento especial que Nikki dispensou para desestruturar Japassiva completamente. Não sou a maior fã de Abrão para vencer essa naba, mas arregalei os olhos com o tom usado por Nikki para forçar - assim pareceu- uma resposta sobre a escolha sexual do menino.
A palavra escolhida, isoladamente, é bastante acurada para descrever Abrão, afinal, ele mesmo assume que tem trejeitos femininos (todo mundo lembra da barra de vida que foi para ele ter sido criado por duas mães), embora afirme ser heterossexual (o que pode até ser verdade). O problema ali é que ela foi RATA com Japa. Agressiva e deselegante. O menino ficou completamente passado e se sentiu encurralado, devolvendo uma resposta (e que aumenta o burburinho sobre a sexualidade dele, mesmo sem querer) que é bem estranha: SOU LIVRE.
Ok. Ele não quer falar sobre isso na TV. Já deu para entender ou ainda está difícil?  Em The Glee Project, está difícil, porque Abrão foi bem no clipe e acabou no bottom 3, para que a edição pudesse distorcer a ofensa lançada por Nikki e transformar o garoto em vilão.
De forma geral, todo mundo parecia bem na gravação e nas coreografias (Turquenga OWNOU ao abrir latas com as tetas pontudas) e só realmente não gostei nada de Nellie. Apagadíssima e fora de rumo, sinto em dizer. Múmia define bem a participação dela nessa tarefa.
 Apesar de toda a dificuldade que deve ser usar um vestido de bife cru (quero saber se era alcatra ou filé mignon, porque pelo menos era carne magra) por seis horas, ando inclinada a revelar que eu também não gosto de Xana. Mesmo com seus grandes lábios ela nunca se destaca de verdade e a interpretação dela de Lady Gaga, que é uma criatura explosiva, foi a mais inexpressiva possível. Eu entendo que Xana malcheirosa é algo difícil de lidar (tem quem goste), mas esse era o desafio. Ser uma Xana sensual ainda que fedida e pútrida.
Quando chegamos à formação do bottom 3 eu percebo que só escolheria mesmo Xana e Nellie e não fico surpresa com Alien sendo a vencedora da semana. Não torço por ela (torço contra), mas justiça seja feita, ela mandou bem.
As apresentações surpreenderam, a começar pela de Nellie, que surpreende por ser péssima em todos os sentidos. Nada foi bom, nem a escolha do figurino. Ali eu já imaginava o resultado da semana, mesmo sem ver Japassiva e Gordiva.
Abrão foi muito, muito bem. Gostei muito do que ele fez vocalmente (detalhe para as unhas em vermelho bordel) e de ter aturado, com constrição, a história de que ele que é sensível demais e que Nikki só fez uma pergunta inocente, imbuída de finesse.
Lily mãe foi um arraso. Chorei com a apresentação dele e como sempre, com sua apaixonada defesa pessoal. Lily não merecia estar ali e foi UÓ, quando Tia Ryan a coloca numa posição super desconfortável, ao dizer que tinha recebido instruções conflitantes: “Você está dizendo que a culpa é dele? (Zach)”.
 Sim, era isso mesmo que ela estava dizendo e com muita razão. Não venham com essa de que os mentores não podem ser culpados pelas merdas que os participantes fazem, porque afinal, são eles que dão as orientações de tudo. Zach fez uma cagada monstro com Lily e a edição tentou fazer um “damage control” inserindo uma sequência de elogios às maravilhosas técnicas coreográficas dele, que eu ainda amo, mas que foi muito sacana nesse ponto.

O resultado não poderia ter sido outro. Nellie foi eliminada e apesar do meu desejo de que ela ficasse, não sou capaz de dizer que ela foi melhor que Alien ou Japassiva dessa vez. Imagino que o #TeamMilkshake está de luto nesse momento, mas a saída de Nellie era até previsível. De qualquer forma, ela ainda é uma menina talentosa e que deve conseguir destaque cantando e sendo ela mesma, sem precisar forçar a barra. Fãs fiéis, ela já tem.

P.S*Bromance de Blake e Michael ganhando destaque. Com Charlenga fora de cena, está aí nosso novo casal.
P.S*Cindy Lauper não morreu. Ainda.

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